Porto Alegre, 28 de janeiro de 2022 – O mercado brasileiro de trigo, em janeiro, teve reportes pontuais de negócios e buscando um ponto de equilíbrio para as cotações. Nesta época do ano, é comum que os agentes estejam reticentes em negociar. Os vendedores esperam por preços mais elevados e os compradores não têm tanta necessidade de compras imediatas.
No Rio Grande do Sul, os agentes seguem atentos os números de exportações. Os lineups atuais apontam para embarques em torno de 870 mil toneladas acumulados na temporada. Porém, os números estimados por agentes do mercado oscilam entre 1,5 e 2,5 milhões de toneladas. Quando mais se aproximar dessa banda superior estimada, mais apertado será o quadro de abastecimento para os moinhos gaúchos.
Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Élcio Bento, tanto o Paraná quanto o Rio Grande do Sul devem precisar entrar com mais força no mercado internacional no pico da entressafra, o que levaria o mercado a operar em paridade de importação. Nesta quinta-feira, por exemplo, o preço de paridade com o cereal argentino FOB Ponta Grossa/PR fica por volta de R$ 1.735/tonelada. Em Carazinho/RS próximo a R$ 1.660/tonelada. “Ou seja, o mercado já está em linha com a paridade. Isso deve-se a pressão de ingresso de safra na Argentina, que achatou as cotações e à recente desvalorização do dólar em relação ao real”, explicou.
Paraná
O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, informou, em seu relatório mensal de janeiro, que a safra 2021 de trigo do Paraná deve registrar uma produção de 3,223 milhões de toneladas, 1% acima das 3,190 milhões de toneladas colhidas na temporada 2020. Em dezembro, a safra 2021 havia sido indicada em 3,219 milhões de toneladas.
A área cultivada deve ficar em 1,224 milhão de hectares, contra 1,136 milhão de hectares em 2019, alta de 8%. A produtividade média é estimada em 2.648 quilos por hectare, abaixo dos 2.824 quilos por hectare registrados na temporada 2020.
USDA
A safra mundial de trigo em 2021/22 é estimada em 778,6 milhões de toneladas, contra 777,89 milhões de toneladas em dezembro. Para 2020/21, a estimativa ficou em 775,87 milhões de toneladas. Os estoques finais globais em 2021/22 foram estimados em 279,95 milhões de toneladas, acima das 278,18 milhões de toneladas estimadas no mês passado. O mercado esperava 279,7 milhões de toneladas. Para 2020/21, as reservas finais foram estimadas em 288,92 milhões de toneladas.
A produção do cereal nos Estados Unidos em 2021/22 é estimada em 1,646 bilhão de bushels, mesmo volume de dezembro. Para a safra 2020/21, a produção estadunidense ficou em 1,828 bilhão de bushels. Os estoques finais do país em 2021/22 foram projetados em 628 milhões de bushels, contra 598 milhões no mês passado. O mercado esperava 610 milhões. Em 20/21, foram 845 milhões.
Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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