Oferta de milho recua e preços avançam no Brasil

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     Porto Alegre, 26 de novembro de 2021 – O mercado brasileiro de milho “virou a chave” nesta semana, saindo de um tom de preços pressionados para baixo para um cenário de melhor sustentação e avanços nas cotações em muitas praças. A oferta encurtou, reduzindo a disponibilidade de milho em regiões de comercialização, promovendo essas altas observadas.

     O volume de milho ofertado no decorrer desta semana foi mais tímido no Brasil, com elevação dos preços de balcão nas cooperativas. Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, os consumidores ainda sinalizam para uma posição de algum conforto em seus estoques. “No entanto, as negociações começam a avançar nos portos, o que abre um precedente perigoso em um ano em que não há folga em relação ao abastecimento”, comenta. Com incremento nas exportações, a oferta fica ainda mais restrita no país.

     O escoamento da oferta de milho para o exterior pode complicar o cenário para os compradores em 2022, após um ano de 2021 de dificuldades produtivas, sobretudo com a quebra da safrinha de 2021.

     No balanço dos últimos sete dias, entre as quintas-feiras 18 e 25 de novembro, o milho em Campinas/CIF na venda avançou de R$ 84,00 para R$ 88,00 a saca, com elevação de 4,8%. Na região Mogiana paulista, o cereal na venda subiu de R$ 80,00 para R$ 85,00 a saca, alta de 6,25%.

      Em Cascavel, no Paraná, no comparativo semanal, o preço subiu de R$ 84,00 para R$ 86,00 a saca, elevação de 2,4%. Em Rondonópolis, Mato Grosso, a cotação seguiu em R$ 78,00. Já em Erechim, Rio Grande do Sul, o valor seguiu em R$ 90,00 a saca.

     Em Uberlândia, Minas Gerais, a cotação permaneceu estável em R$ 82,00 a saca. Em Rio Verde, Goiás, o mercado passou de R$ 79,00 para R$ 82,00, alta de 3,8%.

Exportações

     As exportações de milho do Brasil apresentaram receita de US$ 367,458 milhões em novembro (12 dias úteis), com média diária de US$ 30,621 milhões. A quantidade total de milho exportada pelo país ficou em 1,628 milhão de toneladas, com média de 135,734 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 212,30.

     Em relação a novembro de 2020, houve baixa de 27,47% no valor médio diário da exportação, queda de 42,64% na quantidade média diária exportada e valorização de 26,45% no preço médio. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços e foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.

     Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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