Comercialização da safra de café 2021/22 do Brasil chega a 60%

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 Porto Alegre, 10 de setembro de 2021 – A comercialização da safra brasileira de café de 2021/22 até o último dia 06 de setembro atingia 60% do potencial de produção, contra 53% do mês anterior. O dado faz parte de levantamento mensal de SAFRAS & Mercado. O percentual de vendas é superior a igual período do ano passado, quando girava em torno de 58% da safra. O fluxo de vendas também está bem acima da média dos últimos anos para o período (48%).

 Assim, já foram negociadas 34,04 milhões de sacas de uma produção estimada em 2021/22 por SAFRAS & Mercado de 56,5 milhões de sacas.

 Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, o fluxo de vendas de café no mercado físico brasileiro anda bastante errático. “Embora a disparada nas cotações tenha sido um aditivo poderoso à venda, a safra menor e as dúvidas em relação ao potencial produtivo da safra brasileira 2022 serviram como um forte freio às negociações. Nesse sentido, o fluxo de vendas, especialmente no disponível, foi muito quebrado e bastante segmentado”, avalia. 

 Em regiões com um elevado percentual de vendas antecipadas da safra brasileira 2021 (negócios a termo), o produtor se concentrou em preparar os cafés para as entregas, o que reduziu a liquidez para novos negócios, indica o consultor. “Houve alguns pedidos de rolagem de contratos, devido à baixa disponibilidade, mas o volume de café envolvido é pequeno até agora. Os negócios novos ficaram restritos à necessidade de caixa do vendedor mais curto”, diz. 

 Em lugares com uma dinâmica menos intensa de compromissos antecipados (vendas futuras) os negócios fluíram de forma mais intensa, com destaque às Matas de Minas e às regiões produtoras de conilon, aponta Barabach. A pouca disponibilidade física da arábica de bebida mais fraca e a agressividade da indústria doméstica pelo conilon fizeram os preços desses cafés subirem, proporcionalmente, mais que os cafés de bebidas melhores com destino à exportação. “E isso acabou atraindo mais vendedores”, comenta.

 A comercialização de arábica alcança 58% da safra BR-21, perdendo um pouco de ritmo. Em igual período do ano passado estava em 60%. Mesmo assim, continua bem acima da média para o período, que gira em torno de 46% da safra. “O percentual alto de comprometimento antecipado por parte dos produtores, especialmente na região do Cerrado e Sul de Minas e na Mogiana paulista justificam essa performance”, pondera Barabach.

 As vendas de conilon seguem em destaque, em linha com a boa procura da indústria local. E o preço do conilon acima de R$ 700,00 a saca serviu de impulso à venda, trazendo mais produtores ao mercado. Com isso, a comercialização de conilon chega a 63% da safra BR-21, avançando 8 pontos percentuais em relação ao mês anterior. Superam com folga os 55% vendidos em igual período do ano passado, bem como, continuam bem acima dos 54% em média dos últimos cinco anos para o mês de agosto. 

 Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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