Dólar fecha estável, afetado por política fiscal e empregos nos EUA

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    Porto Alegre, 03 de setembro de 2021 – O dólar comercial fechou o dia em R$ 5,1850, com alta de 0,05%. Essa mínima oscilação se deve aos números decepcionantes de vagas de empregos criadas nos Estados Unidos, em agosto – 235 mil contra a expectativa de 750 mil -, além das incertezas fiscais que assolam o cenário doméstico.

   De acordo com o analista-chefe da Top Gain, Leonardo Santana, “existem duas forças que se anulam. Por um lado, o risco fiscal com o imposto de renda e precatórios. Por outro, o fluxo cambial aumentou muito devido aos juros altos, tornando o país mais convidativo para investimento estrangeiro”.

   Santana, porém, é enfático quanto à situação interna: “Enquanto não tiver uma luz no final do túnel, não vamos sair disso. Estamos descolados do mundo. Com os dados ruins dos Estados Unidos, era para o dólar se desvalorizar mais, mas o estresse doméstico não permite que isso aconteça”, analisa. O analista ainda sublinhou a preocupação do mercado com ruídos como a manifestação apoiada pelo presidente Jair Bolsonaro, na próxima terça-feira.

   Para a economista do Banco Ourinvest, Cristiane Quartaroli, “o número de vagas criadas, muito abaixo do esperado, enfraquece o dólar”. Ela ainda acredita que, neste cenário, as moedas emergentes são beneficiadas.

   “Com isso, o mercado entende que fica mais difícil prever quais serão os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) quanto ao tapering (retirada de estímulos) e sobre as taxas de juros”, analisa Quartaroli.

   Segundo o gestor de renda fixa da Porto Seguro Investimentos, Bruno Canesin, “os números abaixo da expectativa postergam o início do tapering e mantêm a postura dovish (menos propenso ao aumento de juros e à remoção de estímulos) do Fed.

   Canesin, porém, aborda a política fiscal doméstica, calcanhar de Aquiles do governo: “O mercado espera alguma solução para o orçamento, de como o governo irá encaixar o novo Bolsa Família e os precatórios”, pontua.

   As informações partem da Agência CMA.

Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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