Agosto foi de escassos negócios com soja no Brasil

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     Porto Alegre, 3 de setembro de 2021 O mercado brasileiro de soja apresentou poucos negócios e preços com pequenas oscilações ao longo do mês de agosto. No início de setembro, a movimentação seguiu arrastada e os referenciais recuaram. Com Chicago e dólar em baixa, os produtores se afastaram do mercado, esvaziando a oferta e determinando um ritmo quase parado para as negociações.

     A saca de 60 quilos em Passo Fundo (RS) fechou a semana a R$ 164,00, abaixo dos R$ 168,00 do início da semana, mas um pouco acima dos R$ 163,00 do início de agosto. Em Cascavel (PR), o preço ficou em R$ 166,50, contra R$ 168,00 do início da semana e R$ 163,00 do início de agosto.

     Em Rondonópolis (MT), a cotação baixou de R$ 174,00 para R$ 164,00 na semana. Na abertura do mês passado, o preço era de R$ 167,00. No Porto de Paranaguá, a saca finalizou a semana a R$ 170,00, abaixo dos R$ 172,50 da segunda e acima dos R$ 168,00 do início de agosto.

     Os contratos com vencimento em novembro tiveram desvalorização de 4,2% em agosto, fechando o período a US$ 12,92,50 por bushel. Apesar da recuperação nos últimos dias, as perdas foram aprofundadas nos primeiros dias de setembro.

     O dólar comercial teve desvalorização de 0,32% no mês passado, fechando a R$ 5,172. Mas na maior parte do mês a moeda americana seguiu sustentada. A semana, no entanto, foi de desvalorização.

     Os prêmios seguem firmes nos portos brasileiros, em meio ao ritmo lento dos negócios no mercado físico, combinada com uma demanda sempre firme. Nas últimas duas semanas, a passagem do furacão Ida trouxe problemas para os embarques nos Estados Unidos e o deslocamento da demanda para o mercado brasileiro, ajudando a sustentar os prêmios.

     Comercialização

     A comercialização da safra 2020/21 de soja do Brasil envolve 85,9% da produção projetada, conforme relatório de SAFRAS & Mercado, com dados recolhidos até 3 de setembro. No relatório anterior, com dados de 6 de agosto, o número era de 81,9%.

     Em igual período do ano passado, a negociação envolvia 97,9% e a média de cinco anos para o período é de 88,5%. Levando-se em conta uma safra estimada em 137,19 milhões de toneladas, o total de soja já negociado é de 117,84 milhões de toneladas.

     No período, a comercialização evoluiu um pouco melhor, mas o total negociado da safra 20/21 ficou abaixo do percentual de igual período do ano passado e da média para o período. Os produtores seguem retraídos, negociando apenas o necessário durante os melhores momentos. A aposta é de melhora no último trimestre do ano.

     As vendas antecipadas da safra 2021/22 estão atrasadas na comparação com o ano passado, mas acima da média de cinco anos. Levando-se em conta uma safra de 142,24 milhões de toneladas, SAFRAS estima uma comercialização antecipada de 25,6%, envolvendo 36,34 milhões de toneladas. No início de agosto, o número era de 23,7%

     Em igual período do ano passado, o número era de 49,3% e a média dos últimos cinco anos é de 24,9%.

     Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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