Porto Alegre, 20 de agosto de 2021 – O mercado brasileiro de suínos registrou um ambiente de negócios truncado ao longo da semana, tanto para o quilo vivo quanto para os cortes negociados no atacado, o que fez com que os preços voltassem a cair.
O analista de SAFRAS & Mercado, Allan Maia, sinaliza que os frigoríficos adotaram um tom de cautela, administrando estoques, avaliando que o escoamento dos cortes pode perder um pouco de força no decorrer nos próximos dias, com famílias menos capitalizadas. “Este quadro remete a um quadro de dificuldade para grandes reajustes nas cotações do quilo vivo no curto prazo”, alerta.
Maia afirma que os suinocultores seguem preocupados com o alto custo de produção e as margens deterioradas. “Por outro lado, o preço elevado da carne bovina e o avanço mais consistente da flexibilização da economia podem ajudar o consumo dos cortes suínos no curto prazo”, avalia.
Levantamento de SAFRAS & Mercado apontou que a média de preços do quilo do suíno vivo na região Centro-Sul do Brasil caiu 2,20%, de R$ 6,42 para R$ 6,28. A média de preços pagos pelos cortes de pernil no atacado retrocedeu 0,73%, de R$ 11,74 para R$ 11,66. A carcaça registrou um valor médio de R$ 9,88, retração de 2,47% frente ao valor registrado no começo do mês, de R$ 10,13.
No cenário externo, Maia ressalta que a atenção permanece voltada para a China, onde os preços da cadeia suinícola estão deprimidos, apontando para grande oferta, o que pode resultar em menor ímpeto importador ao longo dos próximos meses.
As exportações de carne suína “in natura” do Brasil renderam US$ 96,976 milhões em agosto (10 dias úteis), com média diária de US$ 9,697 milhões. A quantidade total exportada pelo país no período chegou a 40,502 mil toneladas, com média diária de 4,050 mil toneladas. O preço médio ficou em US$ 2.394,40.
Em relação a agosto de 2020, houve alta de 3,86% no valor médio diário da exportação, perda de 3,02% na quantidade média diária exportada e valorização de 7,09% no preço médio. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços e foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.
A análise semanal de preços de SAFRAS & Mercado apontou que a arroba suína em São Paulo passou de R$ 138,00 para R$ 125,00. Na integração do Rio Grande do Sul o quilo vivo seguiu em R$ 5,70. No interior do estado a cotação mudou de R$ 6,70 para R$ 6,45.
Em Santa Catarina o preço do quilo na integração seguiu em R$ 5,90. No interior catarinense, a cotação recuou de R$ 6,80 para R$ 6,50. No Paraná o quilo vivo mudou de R$ 6,60 para R$ 6,50 no mercado livre, enquanto na integração o quilo vivo permaneceu em R$ 5,70.
No Mato Grosso do Sul, a cotação em Campo Grande caiu de R$ 5,85 para R$ 5,70, enquanto na integração o preço seguiu em R$ 5,70. Em Goiânia, o preço seguiu em R$ 7,10. No interior de Minas Gerais o quilo do suíno baixou de R$ 7,20 para R$ 7,00. No mercado independente mineiro, o preço aumentou de R$ 7,40 para R$ 7,20. Em Mato Grosso, o preço do quilo vivo em Rondonópolis mudou de R$ 5,75 para R$ 5,60. Já na integração do estado o quilo vivo seguiu em R$ 5,70.
Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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