Preços do trigo sobem no fim de julho com temor por menores rendimentos no Brasil

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Porto alegre, 30 de julho de 2021 – O mercado brasileiro de trigo começou o mês de julho sob pressão negativa, com um cenário climático favorável às lavouras no sul do Brasil. O movimento também levava em conta a oscilação do dólar, que, na época, caia. Ainda na primeira semana do mês, o dólar voltou a subir e operar acima dos R$ 5,00, encarecendo a importação do grão e tirando essa pressão dos preços.

Com a baixa liquidez no mercado, o foco seguia sobre o clima para o plantio e o desenvolvimento no Brasil e na Argentina. Ao final da primeira quinzena, uma queda firme do dólar e o menor interesse de compra do grão exerceram pressão baixista. A comercialização seguiu lenta, com preços nominais.

Em julho, o plantio de trigo foi finalizado no Paraná, no dia 13, e no Rio Grande do Sul, no dia 29. Na Argentina, os trabalhos se encaminham para o fim, atingindo, até o último dia 29, 99% da área, projetada em 6,5 milhões de hectares.

Na segunda quinzena do mês, em especial nos últimos dias, as lavouras do sul do Brasil foram atingidas por geadas. O oeste do Paraná teve ventos que reduziram a abrangência e a intensidade do frio, diminuindo o impacto sobre as plantas. O norte do estado foi mais castigado. Em Santa Catarina, os impactos também foram minimizados pelo vento. O Rio Grande do Sul tem apenas 2% da área em fase de floração, a mais suscetível a perdas por geadas. Conforme o analista de SAFRAS & Mercado, Jonathan Pinheiro, temores de menor rendimento trouxeram um viés altista aos preços.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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