NY e dólar recuam e negócios com café devem perder ritmo no Brasil

574

     Porto Alegre, 15 de abril de 2021 – O mercado brasileiro de café deve perder ritmo na comercialização nesta quinta. Neste momento, dólar e Nova York registram perdas, o que deverá afastar os negociadores após um bom momento nesta semana.

     O mercado registrou preços mais altos mais uma vez na quarta-feira. A alta do arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) deu sustentação às cotações no mercado nacional.

     O dia foi mais ativo na comercialização novamente, com maior volume de negociações ocorrendo nos picos de preço em NY e no dólar. Depois o dólar acomodou e os ganhos foram reduzidos na bolsa, o que também arrefeceu o movimento no Brasil.

     No sul de Minas Gerais, o café arábica bebida boa com 15% de catação terminou o dia em R$ 750,00/755,00 a saca, no comparativo com R$ 740,00/745,00 de ontem. No cerrado mineiro, arábica bebida dura com 15% de catação teve preço de R$ 755,00/760,00 a saca, contra R$ 745,00/750,00 do dia anterior.

     Já o café arábica “rio” tipo 7 na Zona da Mata de Minas Gerais, com 20% de catação, teve preço de R$ 540,00/545,00, no comparativo com R$ 535,00/540,00 de ontem. O conilon tipo 7 em Vitória, Espírito Santo, ficou em R$ 455,00/460,00 a saca, no comparativo com R$ 445,00/450,00 de ontem.

COMERCIALIZAÇÃO

* A comercialização da safra de café do Brasil 2020/21 (julho/junho) chega a 90% até o dia 13 de abril. O dado faz parte de levantamento de SAFRAS & Mercado, que mostra que as vendas evoluíram em 3 pontos percentuais em relação ao mês anterior.

* As vendas estão levemente avançadas em relação ao ano passado, quando 89% da safra 2019/20 estava comercializada até então e também acima da média dos últimos 5 anos para o período, que é de 88%.

* Assim, já foram comercializadas 62,80 milhões de sacas de 60 quilos, tomando-se por base a estimativa de SAFRAS & Mercado, de uma safra 2020/21 de café brasileira de 69,5 milhões de sacas.

* Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, o dólar alto e a recuperação na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) acabou elevando os preços no físico interno, o que trouxe um pouco mais de vendedores ao mercado. “Apesar do interesse, o fluxo de negócios segue bem cadenciado”, indica o consultor.

* As vendas de arábica subiram para 89% da produção, em leve vantagem em relação a igual período do ano passado (88%) e também acima dos 87% de média histórica. Já as vendas de conilon ganharam um pouco mais de ritmo e alcançam 95% da safra, contra 92% em igual período do ano passado e 91% na média de 5 anos. “A chegada da safra brasileira 2021 explica o avanço no fluxo de vendas”, comenta Barabach.

NOVA YORK

* Os contratos com entrega em julho registram desvalorização de 0,15% na Bolsa de Mercadorias de Nova York (ICE), cotados a 131,90 centavos de dólar por libra-peso.

* Os contratos com entrega em julho/2021 fecharam o dia a 134,05 centavos de dólar por libra-peso, com alta de 2,10 centavos, ou de 1,6%.

CÂMBIO

* O dólar comercial registra desvalorização de 0,51% a R$ 5,64.

INDICADORES FINANCEIROS

* As principais bolsas da Ásia encerraram mistas. Xangai, -0,52%. Tóquio, +0,07%.

* As principais bolsas na Europa registram cotações firmes. Paris, +0,34%. Londres, +0,46%.

* O petróleo opera em baixa. Maio do WTI em NY: US$ 62,78 o barril (-0,55%).

* O Dollar Index registra baixa de 0,08% a 91,62 pontos.

AGENDA

– EUA: os dados sobre a produção industrial em março serão publicados às 10h15 pelo Federal Reserve.

– Esmagamento de soja nos Estados Unidos em março – NOPA, 13hs.

– Dados de desenvolvimento das lavouras argentinas – Bolsa de Cereais de Buenos Aires, 15hs.

– Estoques de café dos Estados Unidos em março – GCA, 16hs.

– Dados das lavouras no Rio Grande do Sul – Emater, na parte da tarde.

—–Sexta-feira (16/04)

– Eurozona:  A leitura final do índice de preços ao consumidor de março será publicada às 6h pela Eurostat.

– Eurozona:  A balança comercial de fevereiro será publicada às 6h pela Eurostat.

– Dados do desenvolvimento das lavouras da Argentina – Ministério da Agricultura, no início do dia.

– Dados de desenvolvimento das lavouras do Mato Grosso – IMEA, na parte da tarde.

– Evolução da colheita de soja no Brasil – SAFRAS, na parte da tarde.

     Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS

Copyright 2021 – Grupo CMA