Com maior demanda, preço doméstico do algodão sobe 17% em janeiro

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     Porto Alegre, 29 de janeiro de 2021 – As cotações do algodão no mercado doméstico seguem batendo recorde de alta. A indicação no CIF de São Paulo ficou em R$ 4,51 por libra-peso no dia 28 de janeiro, ante R$ 4,43 por libra-peso no dia 21. As elevações acumuladas em relação ao mesmo período do mês e do ano passado são de 17,1% e de 62%, respectivamente.

     No FOB exportação do porto de Santos/SP, a pluma caiu 0,59%, cotada a 82,17 centavos de dólar por libra-peso (c/lb) no dia 28. Comparado ao contrato spot negociado em Nova York, o produto brasileiro ficou 2,8% superior, contra 1,8% superior da véspera.

     Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Élcio Bento, a elevação do prêmio da pluma brasileira em relação à norte-americana se explica pela manutenção da procura aquecida no âmbito doméstico. “Contudo, um alargamento do spread entre os dois mercados parece pouco provável, devido à necessidade de que a cadeia produtiva nacional tem de manter a competitividade externas para embarcar seus excedentes”, explica.

     As exportações da pluma brasileiras alcançaram 2,13 milhões de toneladas em 2020, acréscimo de 31,71% em relação a 2019. O principal comprador da fibra nacional foi a China, que adquiriu durante o ano um acumulado de 658,70 mil t, 156,97 mil t a mais que no ano passado.

     Apesar do aumento nos envios, o Brasil só participou com 30,64% do volume total consumido pela China no ano, enquanto os Estados Unidos – maior exportador de algodão mundial – foi responsável por 55,97% da demanda. A grande participação dos EUA no mercado asiático está atrelada ao acordo comercial realizado no início do ano entre as duas potências.

     Para 2021, o cenário poderá ser um pouco diferente devido ao anúncio do governo dos EUA que irá bloquear a entrada de produtos feitos com algodão produzido na região de Xinjiang, o que pode refletir em nova retaliação, principalmente o não cumprimento da segunda fase do acordo comercial – beneficiando outros países, como o Brasil. As informações constam no Boletim Semanal do Imea – Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola.

     Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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