Exportação para China foi destaque do setor de suínos em 2020

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     Porto Alegre, 23 de dezembro de 2020 – O ano de 2020 se aproxima do final e o grande destaque no mercado suíno brasileiro foi, sem dúvida, o excelente desempenho das exportações, especialmente para a China. “Os embarques do Brasil superaram pela primeira vez o volume de um milhão de toneladas”, pontua o analista de SAFRAS & Mercado, Allan Maia.

      As compras, especialmente do país asiático, conforme Maia, ajudaram a enxugar o quadro de excedente de oferta observado nos primeiros meses do ano, quando a pandemia de coronavírus chegou ao Brasil e acabou fazendo com que os preços do suíno despencassem. “Nos primeiros seis meses, o Centro-Sul do Brasil registrou um quadro de preços médios baixos para o suíno vivo, que passou de R$ 5,15, em janeiro, para R$ 4,36 em junho”, destaca.

     Ele ressalta que, de julho em diante, o setor conseguiu estabelecer um maior controle da oferta interna, com o abate de animais com menor peso, visando um melhor controle sobre os custos de produção, puxados pelo farelo de soja e pelo milho. “A menor disponibilidade interna de oferta permitiu ao suinocultor trabalhar com uma melhor lucratividade ao longo da segunda metade do ano. Os preços foram subindo gradativamente, mês a mês, com o valor médio do quilo vivo na região Centro-Sul alcançando, em novembro, o patamar recorde de R$ 8,06”, detalha.

     Maia afirma, porém, que de novembro em diante os preços do suíno começaram a declinar no país, acompanhando as carnes bovina e suína, de frango, com as indústrias bem posicionadas de estoques para atender a demanda de final de ano. “Nesta semana o quilo vivo está situado ao redor de R$ 6,83, valor mais positivo frente ao observado em dezembro de 2019, de R$ 5,23”, analisa.

     O analista explica que houve também um declínio nos embarques de carne suína em dezembro, com a China sinalizando um bom quadro de estoques para atender a demanda nas festividades do Ano Novo Lunar, o que fez com que o desempenho das exportações não conseguisse repetir o bom desempenho de meses anteriores. “Fica agora a expectativa de como se dará o desempenho do setor nos primeiros meses de 2021”, sinaliza.

     Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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