USDA eleva estimativa para produção e exportação de açúcar do Brasil

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     Porto Alegre, 09 de outubro de 2019 – O adido agrícola do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em São Paulo está estimando a safra de cana brasileira 2020/21 (abril-março) em 655 milhões de toneladas, cinco milhões de toneladas a mais em relação à estimativa anterior, de seis meses atrás. O centro-sul deve colher e moer 600 milhões de toneladas, ante 595 milhões no ano anterior, sendo mantida a projeção de abril.

    Conforme o adido, apesar do clima predominantemente seco nos últimos meses, bons volumes de chuvas registrados entre janeiro e março irão garantir rendimentos agrícolas estáveis e a produção. Por outro lado, condições climáticas favoráveis, especialmente uma melhor distribuição das chuvas nas regiões Norte e Nordeste entre março e agosto deverão garantir uma produção de cana na ordem de 55 milhões de toneladas, elevação de 6% na comparação com o ano passado.

    A pandemia de Covid-19 impactou o consumo de combustíveis, afetando negativamente a rentabilidade do biocombustível e induzindo a uma maior produção de açúcar. A projeção aponta para um mix açucareiro de 47,5%, contra 35% em 2019/20.

    Como consequência, a produção total de açúcar da temporada 2020/21 está estimada em 42,06 milhões de toneladas, contra 29,92 milhões de toneladas em 2019/20, atingindo um recorde histórico. Em abril, o adido do USDA estimara a produção brasileira em 39,5 milhões de toneladas. O centro-sul será responsável por 38,38 milhões de toneladas, 9,3 milhões de toneladas a mais que no ano anterior (27,08 milhões de toneladas). Já a produção do Norte-Nordeste deve ficar em 3,68 milhões de toneladas, crescimento anual de 29%.

    As exportações totais de açúcar do Brasil em 2020/21 devem atingir 32,02 milhões de toneladas, um significativo crescimento de 12,74 milhões de toneladas, contra a estimativa revisada de embarques de 2019/20 (19,28 milhões de toneladas), diante de um massivo superávit exportável e a uma demanda estável para o açúcar brasileiro em países importadores. Em abril, o adido do USDA havia projetado as exportações de açúcar brasileiras em 28,85 milhões de toneladas.

    Apesar da pandemia e dos obstáculos logísticos nos portos, incluindo atrasos para o carregamento e embarque do produto, a significativa desvalorização do real ante o dólar manteve o açúcar brasileiro altamente competitivo.

      Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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