Preços do milho seguiram avançando no Brasil com oferta limitada

722

    Porto Alegre, 09 de outubro de 2020 – O mercado brasileiro de milho manteve o quadro de preços em elevação nesta última semana. O cenário voltou a ser de oferta limitada nas principais praças de comercialização do país. O dólar em patamares elevados e a Bolsa de Chicago também com preços firmes para o cereal garante sustentação às cotações nos portos e também internamente.

     Os produtores mantêm a estratégia de retenção do milho, e as cotações reagem a disponibilidade apertada do produto. Além do dólar e da Bolsa de Chicago em patamares relativamente altos, as preocupações com o clima para o plantio e próxima safra de milho acabam estimulando ainda mais a retração na oferta.

     Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, há a previsão de chuvas para a próxima semana, mas o clima ainda é, sim, um foco de preocupação dos produtores em geral.

     No balanço da semana, o preço do milho na base de compra no Porto de Santos subiu de R$ 67,00 para R$ 69,00 a saca, alta de 3%.

     Já no mercado disponível ao produtor, o preço do milho em Campinas/CIF subiu na base de venda na semana entre 01 e 08 de outubro de R$ 68,00 para R$ 70,50 a saca de 60 quilos, alta de 3,7%. Na região Mogiana paulista, o cereal passou de R$ 67,00 para R$ 70,00 a saca no comparativo, elevação de 4,5%.

      Em Cascavel, no Paraná, no comparativo semanal, o preço subiu de R$ 61,00 para R$ 66,00 a saca, aumento de 8,2%. Em Rondonópolis, Mato Grosso, a cotação avançou na semana de R$ 58,00 a saca para R$ 60,00, aumento de 3,4%. Já em Erechim, Rio Grande do Sul, houve avanço de R$ 69,00 para R$ 72,00, alta de 4,3%.

      Em Uberlândia, Minas Gerais, as cotações do milho avançaram na semana de R$ 62,00 para R$ 65,00 a saca, subida de 4,8%. Em Rio Verde, Goiás, o mercado passou de R$ 60,00 para R$ 62,00 a saca, alta de 3,3%.

CONAB

     A produção brasileira de milho em 2020/21 deverá ficar em 105,167 milhões de toneladas, segundo o primeiro levantamento para a safra brasileira de grãos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com avanço de 2,6% na comparação com a temporada passada, quando foram colhidas 102,503 milhões de toneladas.

     A Conab indica uma área plantada de 18,482 milhões de hectares, baixa de 0,2% se comparado à última temporada, quando foram semeados 18,527 milhões de hectares. A Conab trabalha com uma produtividade média nacional de 5.690 quilos de milho por hectare, 2,8% superior à média de 5.533 quilos por hectare de 2019/20.

     A produção da primeira safra está estimada em 26,765 milhões de toneladas, com avanço de 4,2% sobre o ano anterior, quando foram colhidas 25,689 milhões de toneladas na safra de verão. A área deve recuar 1,1%, passando de 4,236 milhões de hectares para 4,191 milhões de hectares. A produtividade média subir 5,3%, de 6.065 quilos por hectare para 6.387 quilos por hectare.

     Em relação à segunda safra, ou safrinha, a Conab prevê produção de 76,763 milhões de toneladas em 2020/21, com ganho de 2,3% sobre à safra anterior, quando a safra ficou em 75,053 milhões de toneladas. A área deve ficar em 13,755 milhões de hectares, sem alterações. A produtividade média subir 2,3%, de 5.456 quilos por hectare para 5.580 quilos por hectare.

    Para a terceira safra 2020/21, a Conab prevê produção de 1,638 milhão de toneladas, com baixa de 7,6% sobre à temporada anterior, quando a safra ficou em 1,772 milhão de toneladas. A área deve ficar em 535,6 mil hectares, sem alterações. A produtividade média cair 7,4%, de 3.305 quilos por hectare para 3.059 quilos por hectare.

     Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

Copyright 2020 / Grupo CMA