Colheita de café no Cerrado Mineiro atinge 30% e safra deve chegar a 6,5 mi scs

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Colheita no Cerrado Mineiro atinge 30% e safra deve chegar a 6,5 mi scs

     Porto Alegre, 03 de julho de 2020 – A colheita da safra de café 2020 na região do Cerrado de Minas Gerais está em torno de 30% de uma safra estimada em 6,5 milhões de sacas de 60 quilos. A avaliação parte do presidente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, Francisco Sérgio de Assis. Ele participou na noite desta quinta-feira (02) de uma transmissão ao vivo (live) promovida pelo Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) em suas redes sociais (Youtube, Facebook e Instagram).

     No evento, foram discutidas as expectativas gerais para a nova safra 2020/21, ritmo da colheita e da comercialização de café, a qualidade do grão, a sustentabilidade do café brasileiro e as boas práticas de toda a cadeia no cenário da pandemia.

     Francisco Sérgio de Assis observou na transmissão que o cerrado mineiro conta hoje com 235 mil hectares plantados com café, sendo 110 mil hectares irrigados, em 55 municípios, sendo uma cafeicultura jovem. “Prevíamos uma safra recorde esse ano, mas o clima foi desfavorável no ano passado”, comenta. Em 2018, última safra recorde, o cerrado mineiro colheu cerca de 7,5 milhões de sacas de 60 quilos. Este ano deve ficar com 6,5 milhões de sacas, enquanto era esperada uma produção de 7,8 milhões de sacas.

     Mesmo abaixo do potencial, o dirigente diz que será uma safra muito boa, homogênea na maturação dos frutos, com o clima agora colaborando. “O produtor está investindo no pós-colheita, cumprindo seu papel na qualidade”, afirmou. A maioria começou a colheita em 15 de maio, tendo atrasados trabalhos pela maturação mais tardia.

     “As bebidas estão excelentes, com um bom percentual de peneira 16 acima”, descreveu Francisco Sérgio. “Estamos com broca zero praticamente com nosso trabalho com os produtores, com o vazio sanitário da broca em dois anos anteriores, com consciência dos produtores”, afirmou. “Se o clima nos ajudar teremos colheita de excelente qualidade”, disse.

Comercialização.

     Os produtores do cerrado no momento estão focados na colheita e na entrega dos cafés comprometidos em vendas futuras. Francisco Sérgio afirmou que os produtores assim estão conseguindo abastecer seu caixa e vendendo pouco no mercado físico. Estima que o cerrado mineiro já vendeu 45% da safra 2020.

     Salientou que com trabalhos, como o “Educampo” (que contempla mais de 400 propriedades), o produtor do cerrado tem a tradição de saber o seu custo. “Vendemos café futuro porque sabemos o custo. O cafeicultor sabe assim quando tem rentabilidade e faz sua venda antecipada”, observou.

     Francisco Sérgio de Assis também destacou o trabalho do CNC (Conselho Nacional do Café) e do Conselho Deliberativo da Política Cafeeira (CDPC), este último que reúne todos os elos da cadeira café (produção, indústria e exportação). Ressaltou que o Brasil é o único país produtor que tem o Funcafé (Fundo de Defesa da Economia Cafeeira), que hoje conta com R$ 6 bilhões. “A ministra (Tereza Cristina, da Agricultura) demonstra sensibilidade”, afirmou. Assim, o Funcafé antecipou custeios e financiamentos que ajudam neste momento de colheita, o que vai facilitar o fluxo de venda da safra, diz, não fazendo com que o produtor corra para o mercado para vender, ordenando a oferta.

     Sobre o mercado, Francisco Sérgio diz que muito vai depender do clima e do potencial da próxima safra (2021). Ele lembrou que os preços caíram em 2020, mas o que subiu foi o dólar, favorecendo o produtor. Depois da volta ao normal, será preciso ficar atento ao dólar porque isso é o que está ajudando. Ele concluiu dizendo que até setembro o produtor está preocupado em honrar as entregas de vendas já feitas. “Depois da florada as vendas vão voltar ao normal”, afirmou.

     Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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