CNA discute seguro rural e mobiliza FPA para aprovação de recursos no Plano Safra

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Porto Alegre, 25 de maio de 2020 – A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Ministério da Agricultura vão desenvolver no segundo semestre o Monitor do Seguro Rural. A iniciativa é um projeto conjunto para aperfeiçoamento dos produtos de seguro, além da disseminação de conceitos relacionados a esse mercado.

Segundo a CNA, o tema foi discutido na semana passada com o Mapa e as propostas da Confederação para fortalecer os instrumentos de gestão de risco estão alinhadas com o que o governo vem buscando. A entidade mobilizou parlamentares para aprovação, no Congresso Nacional, do PLN 8, que garante um volume de crédito de R$ 746 milhões para a subvenção ao prêmio de seguro rural e de R$ 3,2 bilhões em subvenção para equalização das taxas de juros, que serão fundamentais na próxima safra.

Plano Agrícola e Pecuário, crédito e seguro rural

As propostas da CNA para o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2020/2021 foram apresentadas aos integrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), durante reunião da diretoria da entidade na semana passada.

O presidente da FPA, deputado Alceu Moreira (MDB/RS), destacou que o setor precisa discutir muito com o governo para avaliar quais são as alternativas possíveis para a diversificação do crédito, uma das prioridades defendida pela CNA. O objetivo da política agrícola deve ser o produtor rural e todo o setor ganhará com a ampliação da competição.

A CNA também debateu as propostas apresentadas ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para a gestão de riscos com o Departamento de Gestão de Riscos da Secretaria de Política Agrícola do órgão. As propostas apresentadas pela Confederação estão alinhadas com o que o governo vem buscando para fortalecer a gestão de riscos, tanto em relação aos recursos que o governo aloca nas diversas políticas, como em relação às inovações necessárias em produtos de seguro, procedimentos de venda, peritagem e assistência ao produtor.

Para o aperfeiçoamento dos produtos de seguro e disseminação de conceitos relacionados a esse mercado, a CNA e o Mapa desenvolverão um projeto conjunto no segundo semestre de 2020, o Monitor do Seguro Rural.

O Congresso Nacional aprovou o PLN 8, que abre crédito suplementar de R$ 343,6 bilhões. Nesse volume de recursos, está previsto um crédito de R$ 741 milhões para a subvenção ao prêmio do seguro rural, que beneficiará produtores de milho primeira e segunda safras, trigo, soja, maçã, uva, café, arroz e feijão, entre outras 60 atividades que já possuem produtos de seguro disponíveis.

Além disso, foram aprovados R$ 3,2 bilhões para a subvenção econômica em equalização de taxas de juros (47% do volume necessário de equalização para a safra 2020/2021). A CNA mobilizou os parlamentares ao longo da semana para garantir a aprovação dos recursos suplementares para os dois principais instrumentos de política agrícola: seguro e crédito rural.

Commodities agrícolas

A falta de perspectivas para melhora do cenário de crise que afeta o setor sucroenergético, o avanço da colheita da cana-de-açúcar no Centro Sul e a falta de sinalização pelo Governo Federal sobre medidas emergenciais ao setor são fatores que preocupam os produtores. A inadimplência das usinas em relação à cana colhida é a maior preocupação. A manutenção da cana em pé, sem corte, nesta safra, é uma possibilidade traumática já considerada, podendo gerar problemas agronômicos e de produtividade irreversíveis nas próximas safras.

Na cafeicultura, produtores intensificam o planejamento da colheita para que ela possa durar um período maior, como forma de contornar os problemas de disponibilidade de mão de obra vivenciados. No entanto, prejuízos na qualidade poderão ser verificados, caso os produtores não consigam ajustar a força de trabalho com o fluxo de maturação e ponto ideal de colheita.

Como forma de contribuir com a segurança dos trabalhadores, as Federações e o Senar estão realizando a distribuição de máscaras para trabalhadores, produtores, sindicatos e cooperativas. Em São Paulo já foram distribuídas 3 milhões de máscaras.

Aves e Suínos

Os produtores integrados reportam situações distintas quanto ao cenário de abate. Plantas que fornecem produtos a mercados diversificados estão com a rotina normal. Já as plantas voltadas exclusivamente ao mercado interno e com pior rede logística continuam reportando diminuição dos alojamentos. No mercado independente, o preço do frango vivo permanece estável, cotado a R$3,00/kg, em São Paulo.

Para os produtores independentes de suínos, as cotações do animal vivo continuam em recuperação. Em relação à semana passada, as cotações registraram alta em Santa Catarina (+0,7%), Rio Grande do Sul (+1,2%), Minas Gerais (+2,0%) e Paraná (+8,2%). Já na produção integrada, a época de renovação dos contratos culminou com a crise causada pela Covid-19, fazendo com que a maior parte das empresas esteja propondo a manutenção ou mesmo redução da remuneração do produtor em relação ao ano passado.

Boi Gordo

Apesar da redução de negociações durante a semana, o mercado segue estável com preços na faixa de R$ 200,00/@ para animais mais precoces e entre R$ 175 e 185,00/@ para animais erados, o que tem afetado a margem de terminadores.

Somado a isso, o custo operacional dos sistemas de pecuária de corte mantém a tendência de alta observada desde o início do ano, fechando o primeiro trimestre de 2020 com alta acumulada de 1,8% para a cria e de 6,5% para recria e engorda, principalmente em função do aumento dos custos com a reposição de animais para a atividade.

As informações são da assessoria de comunicação da CNA.

Revisão: Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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