Porto Alegre, 17 de abril de 2020 – O ritmo de negócios ao longo da cadeia produtiva de suínos teve mais uma semana marcada por prejuízos diante das medidas restritivas de mobilidade decorrentes da pandemia de coronavírus.
Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Allan Maia, os preços novamente foram pressionados. “Com restaurantes, redes hoteleiras, shoppings e outras atividades fechadas, o escoamento da carne segue difícil e os estoques de grande parcela dos frigoríficos está cheio, o que resulta em uma fraca atuação na aquisição de animais”, explica.
Maia afirma que por conta das incertezas quanto ao tempo de duração da crise e a deterioração da renda o perfil de consumo das famílias está mudando. Proteínas mais acessíveis, como a carne de frango, ganham força frente à suína. “Esse é mais um fator negativo para as cotações”, avalia.
Levantamento mensal de SAFRAS & Mercado apontou que a média de preços do quilo do suíno vivo na região Centro-Sul do Brasil passou de R$ 4,39 para R$ 4,04, baixa de 7,90%. A média de preços pagos pelos cortes de pernil no atacado caiu 3,77%, de R$ 8,90 para R$ 8,56. A carcaça registrou um valor médio de R$ 6,85, recuo de 10,38% ante os R$ 7,64 praticados na semana anterior.
As exportações brasileiras de carne suína, por outro lado, vêm apresentando um ótimo desempenho. Contudo, de acordo com Maia, o volume embarcado não é suficiente para dar sustentação ao mercado neste momento, dada a queda severa da demanda doméstica. “Um ajuste de produção seria importante para o equilíbrio dos preços no decorrer do ano”, sinaliza.
A receita diária média obtida com as exportações brasileiras de carne suína fresca, refrigerada ou congelada chegou a US$ 7,791 milhões nas duas primeiras semanas de abril, entre os dias 01 e 12.
Na comparação com a média diária de abril de 2019, de US$ 5,481 milhões, verifica-se alta de 42,16% no valor obtido diariamente pelas exportações de carne suína.
Com sete dias úteis contabilizados em abril até o dia 12, foram exportadas 22,354 mil toneladas de carne suína, com receita total de US$ 54,592 milhões e um preço médio de US$ 2.439,91 por tonelada. Os dados partem da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
A análise mensal de preços de SAFRAS & Mercado apontou que a arroba suína em São Paulo caiu de R$ 90,00 para R$ 79,00. Na integração do Rio Grande do Sul o quilo vivo seguiu em R$ 4,10. No interior do estado a cotação recuou de R$ 4,45 para R$ 4,15.
Em Santa Catarina o preço do quilo na integração retrocedeu de R$ 4,20 para R$ 4,10. No interior catarinense, a cotação caiu de R$ 4,55 para R$ 4,10. No Paraná o quilo vivo baixou de R$ 4,50 para R$ 3,90 no mercado livre, enquanto na integração o quilo vivo recuou de R$ 4,10 para R$ 3,90.
No Mato Grosso do Sul a cotação na integração baixou de R$ 4,30 para R$ 4,10, enquanto em Campo Grande o preço retrocedeu de R$ 4,40 para R$ 4,20. Em Goiânia, o preço caiu de R$ 4,20 para R$ 4,00. No interior de Minas Gerais o quilo do suíno seguiu em R$ 4,10. No mercado independente mineiro, o preço caiu de R$ 4,40 para R$ 4,10. Em Mato Grosso, o preço do quilo vivo em Rondonópolis cedeu de R$ 4,20 para R$ 3,75. Já na integração do estado a cotação passou de R$ 4,10 para R$ 3,75.
Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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