Mercado de café tem começo de dia lento no Brasil

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     Porto Alegre, 16 de abril de 2020 – O mercado brasileiro de café inicia dia com ritmo lento nas negociações e preços estabilizados em patamares elevados. Nova York opera com perdas e o dólar registra leve baixa frente ao real.

     Os embarques brasileiros de café em grão caíram 5% em março, totalizando 3,37 milhões de sacas de 60 kg, entre grão verde e solúvel. Em igual mês do ano passado os embarques somaram 3,56 milhões de sacas. Os dados são da Secex (Secretaria de Comércio Exterior). No primeiro trimestre de 2020, as exportações brasileiras de café totalizam 9,48 milhões de sacas, o que corresponde a queda de 7% em relação a igual período de 2019.

     Já na temporada comercial 19/20, que iniciou em julho/2019 e alcança o nono mês em março/2020, as exportações chegam a 29,66 milhões de sacas. Isso corresponde à queda de 8% na comparação com as 32,19 milhões de sacas do mesmo período do ciclo anterior. Já a receita no período recua 24%, totalizando US$ 5,2 bilhões. Os dados partem da SAFRAS Consultoria.

NOVA YORK

* Os contratos com entrega em julho registram desvalorização de 0,41% na Bolsa de Mercadorias de Nova York (ICE), cotados a 120,70 centavos de dólar por libra-peso.

* A posição julho fechou a quarta-feira a 121,20 centavos de dólar por

libra-peso, com valorização de 2,85 centavos, ou de 2,4%.

DEMANDA

* A pandemia do coronavírus, afora os graves problemas de saúde pública e perda de vidas, tem significativos impactos nas economias pelo mundo. Para o café, a pandemia traz um profundo impacto no setor, incluindo produção, consumo e comércio. É o que mostra a publicação Coffee Break Series, número 1, de abril de 2020, da Organização Internacional do Café (OIC), com o título “Impacto da Covid-19 no setor global do café – O lado da demanda”.

* A análise da OIC é baseada numa amostra dos 20 maiores países consumidores de café, que representam 71% da demanda global, cobrindo o período de 1990-2018. O resultado mostra que uma queda de 1% no Produto Interno Bruto (PIB) resulta numa redução no crescimento da demanda global de café de 0,95 ponto percentual, ou 1,6 milhão de sacas.

* Ainda há outros efeitos sobre a demanda relacionados ao impacto do distanciamento social, como o menor consume fora dos lares. A OIC também indica que é preciso maiores análises sobre o lado da oferta para entender o impacto no setor global de café, que ainda serão divulgadas pela OIC em publicações futuras.

* Avaliando as repercussões na demanda, a OIC coloca que os resultados do trabalho mostram que mesmo um modesto declínio no crescimento econômico mundial (PIB), em função da pandemia do coronavírus, pode ter um impacto significativo no consumo mundial de café. “Os modelos prevêem que uma queda

maior no crescimento do PIB, ou uma recessão global, teria um efeito proporcional ainda maior. Assim, os níveis de consumo poderiam estagnar ou mesmo cair comparado ao período pré-crise, que era marcado por anos de crescimento constante do consumo a taxas de 2% ou 3% ao ano”.

CÂMBIO

* O dólar comercial registra baixa de 0,11% a R$ 5,238.

INDICADORES FINANCEIROS

* As principais bolsas da Ásia fecharam mistas. Xangai, +0,31%; e Tóquio,

-1,33%.

* As principais bolsas na Europa operam em alta. Paris, +0,26%; Frankfurt, +0,86%; Londres, +0,34%.

* O petróleo opera em alta. Maio do WTI em NY: US$ 20,15 o barril (+1,4%).

* O Dollar Index registra alta de 0,28%, a 99,74 pontos.

MERCADO

* O mercado físico brasileiro de café apresentou preços mais altos nesta quarta-feira. O dia foi de difícil precificação no país, diante da volatilidade da bolsa de Nova York, que teve perdas e depois uma brusca recuperação. Porém, ao final, as cotações subiram refletindo os ganhos no fechamento de NY.

* Houve negociações pontuais, com muitos compradores dando preferência à comercialização para entrega futura. Houve interesse mais notado nas maiores praças, mas mesmo nessas não ocorreram negócios com volumes expressivos.

* No sul de Minas Gerais, o café arábica bebida boa ficou em R$ 595,00/600,00 a saca, contra R$ 585,00/590,00 de ontem. No cerrado mineiro, preço de R$ 605,00/610,00, contra R$ 595,00/600,00 do dia anterior.

* Já o café arábica “rio” tipo 7 na Zona da Mata de Minas Gerais, com 20% de catação, teve preço de R$ 400,00/405,00, contra R$ 395,00/400,00 anteriormente. O conilon tipo 7 em Vitória, Espírito Santo, teve preço de R$ 330,00/335,00 a saca, no comparativo com R$ 323,00/325,00 do dia anterior.

AGENDA

– Dados de desenvolvimento das lavouras argentinas – Bolsa de Cereais de Buenos Aires, 15hs.

– Dados das lavouras no Rio Grande do Sul – Emater, na parte da tarde.

—–Sexta-feira (10/04)

– China: A produção industrial de março será na noite anterior pelo departamento de estatísticas.

– China: o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre será publicado na noite anterior pelo departamento de estatísticas.

– Japão: A leitura revisada da produção industrial de fevereiro será publicada às 1h30 pelo Ministério da Economia, Comércio e Indústria.

– Eurozona:  A leitura final do índice de preços ao consumidor de março será publicada às 6h pela Eurostat.

– Dados do desenvolvimento das lavouras da Argentina – Ministério da gricultura, no início do dia.

– Dados de desenvolvimento das lavouras do Mato Grosso – IMEA, na parte da tarde.

– Dados de colheita da soja no Brasil – SAFRAS & Mercado, na parte da tarde.

     Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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