Dólar fecha com ligeira alta, mas suficiente para renovar máxima histórica

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    Porto Alegre, 02 de abril de 2020 – O dólar comercial fechou com ligeira alta de 0,05% no mercado à vista, cotado a R$ 5,2660 para venda, renovando a máxima histórica de fechamento pelo segundo pregão seguido enquanto engatou a quinta alta frente ao real. Em sessão de forte volatilidade, a moeda reagiu aos números dos pedidos de seguro-desemprego dos Estados Unidos, às notícias de um possível acordo sobre a produção de petróleo entre a Arábia Saudita e a Rússia. Na reta final dos negócios, o Banco Central (BC) voltou a atuar no mercado.

   O diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik, ressalta o “modo gangorra” no qual a moeda norte-americana operou na sessão destacando a abertura dos negócios em queda. “Mas passou a subir logo em seguida em reação a divulgação recorde nos pedidos de seguro-desemprego dos Estados Unidos”, comenta.

   Ele acrescenta o alívio no dólar no início da tarde, com a disparada do petróleo – que chegou a subir mais de 30% – reagindo às declarações do presidente norte-americano, Donald Trump, de que esperava um corte de aproximadamente 15 milhões de barris na oferta da commodity. “A moeda voltou a engatar um viés de recuperação com um movimento ‘flight-to-quality'”,  reforça.

   Com a moeda renovando máximas históricas intraday acima de R$ 5,28, o BC ofertou dólares no mercado à vista pelo quinto pregão seguido no qual foram aceitos US$ 835,0 milhões, levando o dólar perto da estabilidade.

   Amanhã, na agenda de indicadores, tem os resultados dos índices dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da China, da zona do euro e dos Estados Unidos, além do relatório de empregos norte-americano, o payroll, de março.

   Para o economista da Guide Investimentos, Alejandro Ortiz, os dados não deverão imprimir a realidade do mercado de trabalho no país exibida nas duas últimas semanas de março com os números recordes dos pedidos do seguro-desemprego, que saltaram para 6,6 milhões até o fim da última semana.

   “O payroll não virá tão ruim porque a coleta de dados terminou na primeira semana de março. Ele não vai capturar a piora do mercado de trabalho.  Claro, o documento vai trazer mudanças como a taxa de desemprego que deve subir, mas sem a realidade que vimos nos números dos pedidos de auxílio desemprego”, avalia.

     As informações partem da Agência CMA.

Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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