Café registra novas altas no Brasil acompanhando salto externo

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     Porto Alegre, 03 de março de 2020 – O mercado brasileiro de café voltou a registrar cotações mais altas nesta terça-feira. Os fortes ganhos na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) voltaram a determinar a subida nos preços no Brasil.

     Em termos de negócios, o mercado também esteve mais ativo. Mais produtores e vendedores apareceram no mercado, ao contrário dos últimos dias. Mas os lotes negociados voltaram a ser de pequeno porte. No geral, foi modesto o volume movimentado.

     No sul de Minas Gerais, o café arábica bebida boa ficou em R$ 560,00/565,00 a saca, contra R$ 530,00/535,00 anteriormente. No cerrado mineiro, preço de R$ 570,00/575,00 a saca, contra R$ 535,00/540,00 de ontem.

    Já o café arábica “rio” tipo 7 na Zona da Mata de Minas Gerais, com 20% de catação, teve preço de R$ 400,00/405,00 a saca, contra R$ 380,00/385,00 anteriormente. O conilon tipo 7 em Vitória, Espírito Santo, teve preço de R$ 320,00/325,00 a saca, no comparativo com R$ 312,00/315,00 de ontem.

Nova York

     A Bolsa de Mercadorias de Nova York (Ice Futures US) para o café arábica encerrou as operações desta terça-feira com preços acentuadamente mais altos.

     As cotações dispararam diante do forte movimento de compras de fundos e de especuladores. O mercado reagiu às notícias de medidas conjuntas de bancos centrais pelo mundo para conter os efeitos na economia global do alastramento do coronavírus.

     Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, o mercado estendeu o rally com compras por parte de fundos puxando os ganhos. “O momento é mais animador diante da expectativa de uma ação de estímulos coordenada por parte dos bancos centrais mundiais, com corte dos juros básicos em estudo como uma forma de aplacar os prejuízos econômicos causados pelo coronavírus”, comentou.

     Em uma ação que não acontecia desde a crise financeira de 2008, o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) cortou a taxa de juros em 0,50 ponto percentual (pp), para a faixa de 1,00% a 1,25% ao ano em decisão unânime. “O comitê está monitorando de perto os desenvolvimentos e suas implicações para as perspectivas econômicas e usará suas ferramentas e atuará conforme apropriado para apoiar a economia”, diz o comunicado. Na nota, o Fomc afirma que os fundamentos da economia norte-americana permanecem sólidos, mas o surto do novo coronavírus representa riscos para a atividade econômica.

    Além dos aspectos macroeconômicos, as indicações de oferta no mercado físico brasileiro mais curta, em época de entressafra, contribuem para a sustentação. Além do Brasil, a escassez de cafés arábicas de qualidade para o mercado disponível em origens como a Colômbia e América Central, também em entressafra, ajuda o mercado futuro de café arábica a corrigir as perdas que assustaram os investidores desde a disseminação do novo coronavírus. Vale lembrar que recentemente as cotações despencaram com o coronavírus e chegaram a romper a linha de US$ 1,00 a libra-peso, passando agora por uma boa recuperação.

     O contrato maio rompeu a linha de US$ 1,20 e fechou no patamar mais elevado desde 07 de janeiro.

     Os contratos com entrega em maio/2020 fecharam o dia a 122,20 centavos de dólar por libra-peso, com alta de 6,60 centavos, ou de 5,7%. Julho fechou a 124,20 centavos, elevação de 6,70 centavos, ou de 5,7%.

Câmbio

     O dólar comercial encerrou a sessão de hoje com alta de 0,51%, sendo negociado a R$ 4,5130 para venda e a R$ 4,5110 para compra, um novo recorde para um fechamento. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 4,4570 e a máxima de R$ 4,5200.

     Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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