Retenção da oferta trava mercado de milho e sustenta preços

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     Porto Alegre, 7 de fevereiro de 2020 – O mercado brasileiro de milho segue com poucos negócios. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o foco dos produtores de grãos é a colheita da soja e no escoamento da produção da oleaginosa. “Com isso, encarece o custo do frete para o transporte do milho”, disse ele.

    De uma forma geral, o produtor segue com a estratégia de reter o máximo possível o milho armazenado para forçar uma valorização nos preços.

     O Brasil deverá colher uma safra de milho em 2019/20 de 104,750 milhões de toneladas de milho, segundo a mais nova estimativa de SAFRAS & Mercado. O volume fica abaixo das 107,375 milhões de toneladas colhidas na temporada anterior (2018/19). Houve uma elevação em relação à estimativa divulgada em janeiro, que indicava uma produção de 103,262 milhões de toneladas.

     Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari, a área total com o milho deverá ocupar 18,196 milhões de hectares, com avanço de 1,1% frente aos 18,003 milhões de hectares cultivados em 2018/19. “Em janeiro a área projetada estava em 17,953 milhões de hectares, mas o cenário de bons preços registrados para o cereal favoreceu um aumento na intenção de plantio da safrinha”, destaca. O rendimento médio das lavouras é estimado em 5.757 quilos por hectare, inferior aos 5.964 quilos obtidos na safra passada.

     Para a safra verão, a expectativa é de que possam ser colhidas 21,728 milhões de toneladas, 12,5% aquém das 24,846 milhões de toneladas do ano passado. Em janeiro a safra verão havia sido estimada em 21,679 milhões de toneladas. “Houve uma pequena recuperação na estimativa de produção em Santa Catarina e no Paraná, que compensaram as perdas mais expressivas registradas no Rio Grande do Sul por conta da estiagem”, explica.

     A área plantada com milho na safra de verão 2019/20 deverá recuar 4,8%, ocupando 3,86 milhões de hectares no Centro-Sul. No ano anterior, o cultivo totalizou 4,056 milhões de hectares. A produtividade média deve ser menor frente à temporada anterior (2018/19), passando de 6.125 quilos por hectare para 5.628 quilos por hectare.

     Para a safrinha 2019/20, Molinari indica que o cenário de aumento na área a ser cultivada se confirmou, em razão dos preços bastante positivos registrados para o milho. “SAFRAS está indicando uma alta de 3,1% na área a ser plantada, ocupando 12,637 milhões de hectares ante os 12,257 milhões de hectares da segunda safra 2018/19”, afirma. Em janeiro, a área havia sido projetava em 12,394 milhões de hectares.

     Segundo o analista, a produtividade média tende a ser menor ante os 6.072 quilos por hectare colhidos no ano passado, ficando em 5.935 quilos por hectare. “A produção de milho segunda safra 2019/20 poderá chegar a 74,997 milhões de toneladas, superando as 74,434 milhões de toneladas obtidas em 2018/19. Em janeiro, a produção havia sido indicada em 73,559 milhões de toneladas”, sinaliza.

     Para as regiões Norte e Nordeste, SAFRAS aponta que a área cultivada deverá ficar em 1,698 milhão de hectares na temporada 2019/20, levemente abaixo dos 1,699 milhão de hectares da safra anterior. A produção é estimada em 8,024 milhões de toneladas, aquém das 8,105 milhões de toneladas registradas na temporada anterior. “A produtividade média tende a cair de 4.771 quilos por hectare para 4.724 quilos por hectare”, pontua.

     Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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