SC intensifica pesquisa para produzir cereais de inverno no Sul do Estado

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     Porto Alegre, 1 de setembro de 2021 – As pesquisas para a produção de cereais de inverno na região Sul ganham força e os primeiros resultados animam o setor produtivo catarinense. Os experimentos, realizados em parceria entre Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural, Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) e cooperativas, buscam avaliar o cultivo de trigo, triticale e centeio na entressafra do arroz. A intenção é aumentar a renda dos produtores, que terão duas colheitas por ano, e reduzir a dependência de milho para alimentação animal.

Nesta segunda-feira, 30, o secretário de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural, Altair Silva, e o secretário adjunto Ricardo Miotto acompanharam o andamento do projeto em Jacinto Machado, feito com o apoio da Cooperativa Agroindustrial Cooperja.

“Nós desafiamos a nossa equipe para que fossem desenvolvidas pesquisas na área de produção de cereais de inverno. E no campo experimental da Cooperja conseguimos ver de perto o desenvolvimento do trigo, triticale e centeio, inclusive nas áreas de várzea. Estamos percebendo que a região Sul pode ser sim um grande polo produtor de cereais de inverno. O avanço das pesquisas irá permitir que, após a colheita do arroz, os produtores ocupem novamente as áreas nos meses mais frios do ano, trazendo também um incremento na renda das famílias rurais”, ressalta Altair Silva.

Após aceitar o desafio proposto pela Secretaria da Agricultura, a Cooperja e a Epagri implantaram um campo experimental para pesquisa de cereais de inverno. A área conta com 22 cultivares de trigo, 5 de triticale e 3 de centeio que serão avaliados quanto ao desenvolvimento, produtividade e adaptabilidade na região. No local há ainda quatro variedades de trigo selecionadas mais tolerantes à umidade, que foram implantadas em áreas de várzea, onde antes tinha sido plantado soja.

O gerente do Campo Demonstrativo, Jian Izidro, explica que até o momento o experimento está evoluindo e as expectativas estão na colheita. “Outra possibilidade que estamos avaliando é a produção de trigo para produção de silagem e de aveia branca para colheita de grãos, também em áreas antes ocupadas por arroz e terras altas. Essas plantas de cobertura durante o inverno contribuem para um sistema mais sustentável em reciclagem de nutrientes, umidade do solo, estrutura física, controle de plantas daninhas e sistematização para o plantio direto”.

Pesquisa focada em aumentar a produção de cereais de inverno

As pesquisas para avaliar o desempenho de cultivares de trigo, triticale e centeio fazem parte do Projeto de Incentivo ao Plantio de Cereais de Inverno Destinados à Produção de Grãos e ocorrem em cinco regiões catarinenses. O objetivo é avaliar quais são os melhores cultivares e como eles se adaptam em diferentes condições de solo e clima. Além de Jacinto Machado, as áreas foram implantadas nos municípios de Chapecó, Canoinhas, Rio do Sul, Turvo e Campos Novos, onde serão avaliados cerca de 30 cultivares em diferentes solos e climas. A ação conta com o apoio da Cooperativa Regional Agropecuária Vale do Itajaí (Cravil), Cooperativa Regional Agropecuária Sul Catarinense (Coopersulca), Cooperalfa e Cooperativa Agroindustrial Cooperja.

“Os experimentos servirão ainda para que os técnicos acompanhem o desenvolvimento das culturas e adquiram o conhecimento necessário para que possam passar uma informação de qualidade para os produtores rurais da região”, destaca o gerente regional da Epagri de Criciúma, Edson Borba Teixeira.

Importância de investir na produção de cereais de inverno

O grande esforço de Santa Catarina para aumentar o cultivo de cereais de inverno se dá pelo imenso consumo de milho da cadeia produtiva de carnes e leite. O agro catarinense consome mais de sete milhões de toneladas do grão por ano e grande parte desse volume é importado de outros estados ou países. Na safra 2020/2021, as lavouras do estado sofreram com a estiagem prolongada, além dos ataques da cigarrinha-do-milho, e a produção acabou com uma queda de 27%. As estimativas do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa) apontam para uma colheita de 1,8 milhão de toneladas, sendo necessário importar cerca de 5,5 milhões de toneladas do grão este ano. Com informações da assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural de Santa Catarina.

     Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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