2023 inicia com morosidade e preços fracos para açúcar e etanol

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Porto Alegre, 06 de janeiro de 2023 – O mercado físico de açúcar teve a primeira semana de janeiro marcada pela morosidade compradora por parte de indústrias processadoras de alimentos. Estas têm se ausentado quase que totalmente do mercado desde o final de dezembro, seguindo neste posicionamento também sobre a primeira semana de janeiro, como ressalta o consultor de SAFRAS & Mercado, Maurício Muruci.

“A necessidade de compra destas indústrias foi suprida ainda ao longo de novembro e no início de dezembro. Além disso, colabora para a retração das compras o ápice da entressafra no Centro-Sul, período no qual muitos compradores evitam entrar no mercado”, descreve o consultor. Com isto, mesmo frente à entressafra, os preços saíram do nível de R$ 140 para a faixa de R$ 136 a saca frente à semana anterior.

Na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), os futuros do açúcar passam por uma tendência de baixa que ocorre em função da perspectiva de safra mais volumosa no Brasil ao longo da temporada 2023/24, que deve passar de 545 para 565 milhões de toneladas de cana na região Centro-Sul, salienta Muruci. “Também há uma tendência de liquidação financeira das posições compradas em futuros por parte de usinas e exportadores indianos para o mês de janeiro, o que reforça a tendência de baixa dos preços do açúcar bruto em Nova York não somente para a primeira semana de janeiro, mas também para o mês inteiro”, avalia.

Mercado de Etanol

O mercado físico de etanol teve a primeira semana de janeiro marcada pela ausência de distribuidoras na ponta compradora. Segundo Muruci, distribuidoras já tinham formando amplamente seus estoques de curto e médio prazo ao longo do mês de dezembro. Neste período esperava-se que a isenção fiscal do PIS/Cofins não seria renovada na virada do ano, o que motivou um forte posicionamento comprador por parte das distribuidoras junto as usinas. “Falhada a comunicação do governo neste ponto, o que temos agora é a prorrogação do imposto federal por mais 60 dias em meio a um cenário de forte abastecimento prévio de distribuidoras, o que acabou deixando o mercado esvaziado ao longo da primeira semana de janeiro”, comenta Muruci. Isso justificou a queda dos preços médios de R$ 3,15 a R$ 3,18 o litro em Ribeirão Preto para os níveis atuais de R$ 2,98 a R$ 3,00 na mesma região.

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     Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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