Porto Alegre, 17 de abril de 2020 – O mercado brasileiro de trigo registra crescimento gradual na procura nas principais praças de comercialização do país. Apesar disso, a liquidez interna segue reduzida e com as pontas de negócios do mercado ainda distantes.
Os agentes seguem atentos às oscilações cambiais do dólar em relação ao real. Com a moeda norte-americana cotada acima dos cinco reais e vinte centavos, os preços de importação do trigo crescem significativamente. Além disso, a menor oferta do grão no mercado doméstico colabora para a pressão de alta nos preços internos.
Levando em conta esta valorização, a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), pediu ao governo federal a isenção da Tarifa Externa Comum (TEC) sobre o trigo importado de fora do Mercosul. Até o momento, o governo não sinalizou com a retirada.
No mercado internacional, os preços do trigo em Chicago vêm sendo pressionados pela liquidação de posições por parte de investidores. O movimento foi deflagrado após o Fundo Monetário Internacional projetar para 2020 a maior retração da economia global desde a crise de 1929. Isso levou a uma alta do dólar, o que torna menos competitivo no mercado exportador o trigo norte-americano, gerando uma reversão da expectativa dos investidores.
Demanda internacional
O Egito comprou 120 mil toneladas de trigo da Rússia. A estatal egípcia responsável, a GASC, adquiriu, em licitação de importação, 60 mil toneladas para embarque entre 15 e 25 de maio e 60 mil toneladas para entre 26 de maio e 5 de junho.
Estados Unidos
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou dados sobre as condições das lavouras americanas de trigo de inverno. Segundo o USDA, até 12 de abril, 62% estavam entre boas e excelentes condições, 28% em situação regular e 10% em condições entre ruins e muito ruins. Na semana passada, as condições se dividiam em 62%, 29% e 9%, respectivamente.
O USDA divulgou, também, relatório sobre a evolução do plantio das lavouras de trigo primavera. Até 12 de abril, o plantio estava apontado em 5%. Em igual período do ano passado, o número estava em 2% e a média dos últimos cinco anos é de 9%.
Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS
Copyright 2020 – Grupo CMA