Porto Alegre, 17 de julho de 2020 – Os preços internacionais do café, balizados pela Bolsa de Nova York (ICE Futures US), poderão ter uma recuperação ao final de 2020. A avaliação é do analista setorial de café do Rabobank Brasil, Guilherme Morya, que participou de webinar realizado nesta quinta-feira.
Ele indica que neste terceiro trimestre do ano (julho/agosto/setembro) as cotações ainda devem ser bastante pressionadas pela colheita da safra recorde no Brasil. Além disso, segue o impacto sobre o consumo e mercados da pandemia do novo coronavírus.
Porém, ao final do ano o preço pode reagir com uma retomada na demanda, com o menor distanciamento social, e especialmente com a menor safra brasileira projetada para 2021, ciclo baixo produtivo do país dentro da bienalidade cafeeira. Além disso, o Rabobank espera uma queda na safra do Vietnã que começa a ser colhida ao final do ano em torno de 3%.
Morya diz que os preços podem avançar, mas não se verá um aumento tão significativo, nada que leve novamente o café em NY para a faixa de US$ 1,25 ou US$ 1,30 a libra-peso. “Devemos observar como será a reação da demanda”, advertiu, tudo dependendo da extensão dos problemas econômicos envolvendo até onde vai a pandemia.
No curto prazo, o analista do Rabobank espera continuidade da volatilidade na Bolsa de NY. O mercado vai depender muito no curto prazo do frio no Brasil, embora não se esperem geadas. Outro aspecto que o mercado deve se atentar é a disponibilidade de contêineres para as exportações brasileiras, o que já foi um problema em outros países, mas ainda não afetou o Brasil. “E os impactos da Covid-19”, ratificou.
Para o produtor no Brasil, Morya destacou em sua apresentação que os preços em reais subiram devido à alta do dólar, apesar de perdas na Bolsa de NY. E observou que o produtor precisa focar nos seus custos de produção.
Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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