Chuvas 40% abaixo da média favorecem concentração de ATR na cana, avalia UNICA

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    Porto Alegre, 23 de julho de 2020 – A precipitação pluviométrica no primeiro trimestre da safra 2020/2021 se manteve abaixo do patamar histórico. No acumulado desde o início da safra até o final de junho, o volume de chuvas ficou 40% inferior à média histórica, apontam dados do Cana Zoom, relatório produzido pela União da Indústria da Cana-de-açúcar (UNICA), em parceria como Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), o Sistema TEMPOCAMPO e o Laboratório Integrado de Análise de Dados em Agronegócio e Bioenergia (LINEAR).

     As lavouras de São Paulo e Minas Gerais foram as mais afetadas pelo reduzido volume de chuvas, com precipitação acumulada apresentando retração de 50% na comparação com a média histórica.

     A condição climática estimulou a concentração de açúcares na planta. No acumulado desde o início da safra 2020/2021 até o final de junho, o índice de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de cana-de-açúcar na região Centro-Sul alcançou 131,1 kg, ante 124,4 kg observados do último ciclo, crescimento de 5,6%.

     O relatório apresenta que o clima mais seco registrado nos três primeiros meses da safra 2020/2021 favoreceu a operacionalização da colheita, permitindo que o aproveitamento de tempo permanecesse acima da média histórica, atingindo 86%. O resultado foi uma maior quantidade de cana-de-açúcar processada pelas unidades do Centro-Sul, com crescimento de 5,2% em relação ao ciclo anterior, totalizando 229,39 milhões de toneladas até o final de junho. Já a área colhida até junho apresentou elevação de 3,5% no comparativo com a safra 2019/2020, com 2,67 milhões de hectares no Centro-Sul.

     Sobre a produtividade agrícola no Centro-Sul, o primeiro trimestre da safra atingiu 85,9 toneladas por hectare, aumento de 1,6% frente as 84,6 toneladas no ciclo anterior. O crescimento médio foi sustentado pelo aumento da produtividade em São Paulo, que registrou incremento de 3,8% até junho.

     No atual ciclo agrícola, a participação da cana-planta na área colhida atingiu 25% até junho, contra 22% na safra 2019/2020. Por conta disso, a idade média do canavial alcançou 3,2 anos no acumulado da safra, ante 3,3 anos na safra anterior.

     Por fim, em junho, o rendimento médio da lavoura apresentou aumento de 2,9% na comparação com 2019, atingindo 88,3 toneladas por hectare. As expectativas para os próximos meses apontam que o rendimento da lavoura deverá ser impactado pelo clima mais seco dos últimos períodos e, especialmente, pela colheita de canavial mais velho.

     Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) – Agência SAFRAS

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