Preços da soja recuam e negócios perdem tração no Brasil, refletindo queda em Chicago

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Crédito Paulo Rossi Divulgação

Porto Alegre, 22 de novembro de 2024 – O mercado brasileiro de soja apresentou poucos negócios e preços em queda ao longo da semana. Apesar do dólar acima de R$ 5,80, As cotações domésticas seguiram a sinalização da Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), que atingiram as mínimas históricas dos contratos.

Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos recuou de R$ 135,00 para R$ 131,00 na semana. Em Cascavel (PR), o preço baixou de R$ 140,00 para R$ 136,00. Em Rondonópolis (MT), a cotação no disponível baixou de R$ 154,00 para R$ 147,00. No Porto de Paranaguá, o preços recuou de R$ 145,00 para R$ 142.

Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos com vencimento em janeiro acumularam queda de 2,53% na semana. Na manhã da sexta, 22, a posição era cotada a US$ 9,76 por bushel. O bom avanço das lavouras no Brasil, a colheita cheia nos Estados Unidos e preocupações com as políticas do próximo governo Trump pesam sobre as cotações.

Dois pontos preocupam o mercado em relação a Donald Trump: a escalada da guerra comercial com a China, principal compradora de soja do mundo, e a retirada de incentivo à produção de biodiesel. Nos dois casos, os analistas veem um arrefecimento na demanda sobre a soja americana, o que comprometeria os preços.

Em relação ao câmbio, a recente alta da moeda americana na comparação com o real é resultado das incertezas sobre o controle fiscal no Brasil e o fortalecimento do dólar no exterior. Com o dólar valendo R$ 5,80 o impacto sobre os preços da soja no Brasil é amenizado. Mas no memomento a cotação sente mais mesmo a questão fundamental, diante de um quadro de ampla oferta que vai se configurando.

Abiove

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE) projetou o balanço de oferta e demanda para 2025 com números recordes para o complexo da soja. A expectativa é de que a produção de soja alcance 167,7 milhões de toneladas, enquanto o esmagamento deve chegar a 57 milhões de toneladas. Para o farelo de soja, a estimativa de produção é de 44 milhões de toneladas, e para óleo de soja, 11,4 milhões de toneladas.

As exportações também devem atingir novos patamares, chegando a 104,1 milhões de toneladas de grãos. Para o farelo, as estimativas indicam aumento para 22,9 milhões de toneladas, enquanto a comercialização de óleo de soja deve se manter em torno de 1 milhão de toneladas. Ao todo, as exportações devem gerar receitas totais da ordem de US$ 50,8 bilhões.

Além disso, espera-se um aumento na importação de óleo de soja, alcançando 150 mil toneladas, e de 500 mil toneladas de soja para suplementar o mercado.

As estatísticas mensais do complexo da soja até setembro de 2024 também foram atualizadas. A produção de soja se manteve estável, encerrando o ciclo em 153,3 milhões de toneladas e um esmagamento de 54,5 milhões de toneladas. A produção de farelo e óleo de soja permanece inalterada.

Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Safras News

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