Porto Alegre, 29 de novembro de 2024 -As cotações internacionais do açúcar caíram em novembro depois de subirem nos últimos meses. Na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), os contratos com entrega em março do açúcar bruto fecharam a sessão do dia 27 de novembro a 21,69 centavos de dólar por libra-peso, ante 22,74 centavos em 31 de outubro, uma queda de 4,61%.
Os preços caíram diante do sentimento de que as ofertas de açúcar estão crescendo no mercado internacional. A Organização Internacional do Açúcar (OIA) reduziu sua previsão de déficit global de açúcar na safra 2024/25 para 2,51 milhões de toneladas, ante uma projeção anterior de 3,58 milhões, e também estimou que haverá um superávit global de 1,31 milhão de toneladas na temporada 2023/24 (outubro/setembro), em comparação com um déficit de 200.000 toneladas visto anteriormente.
“Essa última mudança para um superávit (em 2023/24) foi impulsionada por estimativas de consumo mais baixas”, disse a OIA, cortando também sua previsão de consumo para 2024/25. O consumo global em 2024/25 foi revisado para baixo de 182,87 milhões para 181,58 milhões e para 2023/24 de 181,46 milhões para 180,05 milhões.
A produção global de açúcar em 2024/25 foi projetada para totalizar 179,07 milhões de toneladas, uma queda marginal em relação à projeção anterior de 179,29 milhões de toneladas e 1,3% abaixo do recorde de 181,37 milhões em 2023/24, disse a OIA.
Já o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) projetou que a produção global de açúcar deverá crescer para 186,619 milhões de toneladas na temporada 2024/25, ante 183,827 milhões de toneladas em 2023/24, ou 1,5%. O USDA projetou que a demanda global do adoçante totalizará 179,631 milhões de toneladas em 2024/25, ante as 177,567 milhões de toneladas apontadas para 2023/24 (alta de 1,16%).
Assim, o mercado internacional de açúcar terá que lidar com um excedente de oferta de 6,988 milhões de toneladas em 2024/25, após superávit de 6,26 milhões de toneladas em 2023/24. Em maio, o USDA estimara a produção em 186,024 milhões de toneladas, e o consumo em 178,788 milhões (excedente de 7,236 milhões de toneladas).
Conforme o USDA, uma maior produção na China, Índia e Tailândia em 2024/25 mais do que compensarão a menor produção no Brasil. O consumo deve aumentar para um novo recorde com crescimento em mercados como a Índia. As exportações estão aumentando devido a maiores embarques da Tailândia. Por outro lado, os estoques cairão, pois os estoques reduzidos na Tailândia devem mais do que compensar um aumento nos estoques na Índia.
Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) – SAFRAS News
Copyright 2024 – Grupo CMA