Petróleo, China e clima nos EUA pressionam e soja cai mais de 2% em Chicago

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     Porto Alegre, 9 de maio de 2022 – Os contratos futuro da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a segunda-feira com preços em forte baixa. A preocupação com a economia chinesa, a forte queda do petróleo e o clima favorável ao plantio nos Estados Unidos colocaram os preços nos menores níveis em cinco semanas.

     Recentes dados de desempenho da economia e o lockdown em diferentes regiões do país colocam em dúvida o potencial de crescimento chinês. O país asiático é o principal comprador da oleaginosa e o quadro liga o sinal de alerta sobre o potencial de crescimento da demanda.

     As dúvidas em torno da economia chinesa também aumentaram a aversão ao risco no financeiro internacional. Como consequência, o petróleo despencou mais de 6%, adicionando pressão às commodities agrícolas.

     Completando o cenário de pressão, os boletins meteorológicos indicam clima favorável ao plantio da nova safra americana. Os agentes também começam a se posicionar frente ao relatório de maio do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que será divulgado na quinta, 12.

     As importações de soja em grão pela China no mês de abril somaram 8,08 milhões de toneladas. Subiu frente ao mesmo mês do ano passado, quando atingiu 7,45 milhões de toneladas. Frente a abril, subiram 27%, quando atingiram 6,35 milhões de toneladas.

     Segundo dados alfandegários, o avanço refletiu a chegada de cargas atrasadas da América do Sul – devido ao clima adverso e colheita mais lenta. No acumulado do ano, as importações chinesas somam 28,36 milhões de toneladas, baixa de 0,8% sobre igual período do ano anterior.

     As inspeções de exportação norte-americana de soja chegaram a 503.414 toneladas na semana encerrada no dia 5 de maio, conforme relatório semanal divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O mercado esperava o número em 640 mil toneladas.

     Os contratos da soja em grão com entrega em julho fecharam com baixa de 36,75 centavos ou 2,26% a US$ 15,85 1/4 por bushel. A posição agosto teve cotação de US$ 15,37 1/2 por bushel, com perda de 33,50 centavos de dólar ou 2,13%.

     Nos subprodutos, a posição julho do farelo fechou com baixa de US$ 10,80 ou 2,61% a US$ 402,80 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em julho fecharam a 79,74 centavos de dólar, com perda de 1,16 centavo ou 1,43%.

     Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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