Demanda retraída e fraca comercialização marcaram mercado doméstico de algodão em agosto

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     Porto Alegre, 30 de agosto de 2024 – A demanda de algodão no mercado físico esteve mais retraída, e a comercialização foi fraca ao longo do mês de agosto, principalmente na última semana. Esse movimento refletiu nos preços da pluma brasileira, que andou descolada dos referenciais externos. Enquanto o valor da pluma negociado na Bolsa de Nova York subiu no acumulado do mês, internamente os preços recuaram, informou a Safras Consultoria.

     Na quinta-feira (29), o preço pago ao produtor na região de Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso, ficou em R$ 3,74 por libra-peso, o que corresponde a R$ 123,71 por arroba. Em relação à quinta-feira (22) da semana passada, a pluma trocava de mãos a R$ 3,86 por libra-peso (ou R$ 127,76 por arroba), uma desvalorização de 3,17%. Já na comparação com este mesmo período de um mês atrás, houve uma queda de 3,26%, com a pluma negociada a R$ 3,87 por libra-peso (ou R$ 127,88 por arroba).

     A indústria local veio adotando uma postura mais calma e trabalhando com preços mais baixos. A indicação do algodão colocado no CIF de São Paulo caiu 1,50% na semana, cotado nesta quinta (29) a R$ 3,95/libra-peso, enquanto, na semana anterior, girava em torno de R$ 4,01/libra-peso. Na comparação com o mesmo período de um mês atrás, o algodão estava cotado na faixa de R$ 4,03/libra-peso, queda de 1,99%.

Produção brasileira – Safras

     A produção brasileira de algodão foi revisada por Safras & Mercado para 3,66 milhões de toneladas, refletindo um leve ajuste positivo na área semeada e, especialmente, uma melhora na perspectiva de produtividade. A área plantada com algodão no Brasil foi elevada de 1,97 para 1,99 milhão de hectares, com surpresas positivas na Bahia e Mato Grosso. Um crescimento perto de 19% em relação à safra passada, quando ficou em 1,68 milhão de hectares.

     Conforme o consultor e analista de Safras & Mercado, Gil Barabach, o algodão acabou avançando sobre área de milho de segunda safra no Mato Grosso, devido melhor rentabilidade financeira da fibra. “Na Bahia, o segundo maior produtor, a área com algodão cresceu 10% em relação ao ano anterior”, acrescenta.

     Apesar do aumento na área plantada, a produtividade ficou mais baixa na safra 23/24, devido à falta de chuva no início do desenvolvimento das lavouras. “A melhora no quadro de umidade na parte final do desenvolvimento das lavouras aliviou o problema e favoreceu uma revisão para cima nas projeções de produtividade”, pondera o consultor. Em linhas gerais, a produção deve crescer perto de 13% em comparação ao ano passado, quando ficou em 3,25 milhões de toneladas. Um percentual menor que o aumento na área, em função da questão climática e da menor produtividade média em comparação à safra 22/23.

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     Sara Lane (sara.silva@safras.com.br) / Safras News

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