Com oferta de animais ajustada, preços da carne suína seguiram subindo em novembro

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Porto Alegre, 29 de novembro de 2024 – O mês de novembro foi positivo para a suinocultura brasileira, com alta tanto no preço do suíno vivo quanto nos principais cortes no atacado. Segundo o analista e consultor da Safras & Mercado, Allan Maia, a oferta de animais se mostrou ajustada frente a demanda dos frigoríficos e a reposição ao longo da cadeia apresentou boa fluidez.

Nesta última semana de novembro, a indústria demonstrou maior cautela em relação ao preço do suíno vivo, mesmo após as altas significativas observadas recentemente. Maia afirmou que, embora os valores tenham subido de forma consistente, o escoamento da carne no atacado continua fluindo bem, o que sustenta expectativas otimistas para o consumo até o final do ano.

“A entrada dos salários e do décimo terceiro na economia, somados às festividades de fim de ano, devem aumentar a capitalização das famílias, favorecendo o consumo de proteínas mais acessíveis, como carne suína e frango, especialmente diante dos elevados preços da carne bovina”, explicou o analista. Com isso, o cenário atual coloca a carne suína em uma posição competitiva no mercado interno.

Além disso, o desempenho das exportações é outro fator relevante, ajudando a reduzir a oferta no mercado doméstico. “A demanda externa continua forte, o que contribui para enxugar a disponibilidade de carne suína no Brasil e sustentar os preços no mercado interno”, destacou o analista. Combinando esses fatores, o setor enxerga boas perspectivas de equilíbrio entre oferta e demanda, tanto no mercado interno quanto no externo.

Preços

Levantamento de Safras & Mercado apontou que o mercado de suíno vivo no Brasil registrou avanço nos preços entre 31 de outubro e 28 de novembro nas principais praças do país. A média de preços do Centro-Sul subiu 4,96%, passando de R$ 8,29 para R$ 8,70 por quilo.

A média de preços pagos pelos cortes de pernil no atacado subiu 8,82%, passando de R$ 14,09 para R$ 15,34. A carcaça teve valorização de 10,78%, passando de R$ 13,51 para R$ 14,96.

A análise mensal de preços de Safras & Mercado apontou que a arroba suína em São Paulo subiu de R$ 182,00 para R$ 191,00. Na integração do Rio Grande do Sul, o quilo vivo permaneceu em R$ 6,30 e no interior do estado foi de R$ 8,90 para R$ 9,35.

Em Santa Catarina, o preço do quilo na integração ficou em R$ 6,35 e no interior catarinense foi de R$ 9,00 para R$ 9,50. No Paraná, o preço do quilo vivo registrou avanço de R$ 9,05 para R$ 9,50 no mercado livre e, na integração, de R$ 6,35 para R$ 6,45.

No Mato Grosso do Sul, a cotação em Campo Grande subiu de R$ 8,20 para R$ 9,30 e, na integração, permaneceu em R$ 6,30. Em Goiânia, os preços subiram de R$ 9,30 para R$ 9,90. No interior de Minas Gerais, os preços tiveram elevação de R$ 9,80 para R$ 10,30 e, no mercado independente, de R$ 10,00 para R$ 10,50. Em Mato Grosso, o preço do quilo vivo em Rondonópolis teve acréscimo de R$ 8,30 para R$ 9,30 e, na integração do estado, permaneceu em R$ 6,35.

Exportações

As exportações de carne suína “in natura” do Brasil renderam US$ 530,993 milhões em novembro (14 dias úteis), com média diária de US$ 37,928 milhões. A quantidade total exportada pelo país no período chegou a 131,237 mil toneladas, com média diária de 9,374 mil toneladas. O preço médio ficou em US$ 4.046,1.

Em relação a novembro de 2023, houve alta de 264,0% no valor médio diário, avanço de 105,7% na quantidade média diária e alta de 77,0% no preço médio. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.

Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Safras News

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