Café registra preços mais altos em meio século em NY rompendo resistências técnicas e com temores com oferta

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     Porto Alegre, 27 de novembro de 2024 – A Bolsa de Mercadorias e Futuros de Nova York (ICE Futures US) para o café arábica encerrou as operações desta quarta-feira com preços acentuada e historicamente mais altos.

     O café está fazendo história no mercado essa semana. Na máxima do dia, o contrato março registrou incríveis 326,15 centavos de dólar por libra-peso. É a cotação mais alta em quase 50 anos, voltando ao período de meados da década de 1970, e relembrando (ao menos os mais velhos) as consequências da geada de 1975 no Brasil, que quebrou safras futuras e levou os preços a patamares então históricos.

     O movimento de alta é tão forte que assusta e/ou surpreende produtores, compradores, indústrias, exportadores e traders. Quem opera no mercado e está tendo “chamadas” de margens enfrenta severas dificuldades. A explicação para a alta está nas preocupações com a oferta global, sobretudo com a próxima safra brasileira, com as lavouras demonstrando estarem sofrendo após um 2024 de longos períodos sem chuvas e com temperaturas acima da média.

     As floradas até foram bonitas, mas depois o pegamento não vingou e há queda de chumbinhos em muitas regiões, o que comprova que a safra de 2025 não deve chegar perto do potencial produtivo.

     Para completar, os produtores brasileiros estão retraídos. Já venderam boa parte da safra 2024, estão capitalizados, e acreditam em preços ainda mais altos.

     O consultor de Safras & Mercado, Gil Barabach, destaca que o mercado rompeu linhas novamente e foram acionados stops de vendidos, o que acelerou o movimento altista. “Também é véspera de feriado nos Estados Unidos (Ação de Graças) e houve esse movimento comprador”, aponta. Agências de notícias relatam pânico nas compras, relatando fortes stops de vendidos (recomprando contratos), o que foi fazendo o mercado chegar às alturas. “E o que tem ocorrido é um pessimismo com a próxima safra brasileira”, conclui Barabach.

     Segundo um trader, que preferiu não se identificar, as justificativas também envolvem uma quebra grande esperada para 2025, estoques nos consumidores baixos e ainda questões macroeconômicas.

     Os contratos com entrega em março/2025 fecharam a 323,05 centavos de dólar por libra-peso, com valorização de 14,20 centavos, ou de 4,6%. A posição maio/2025 fechou a 320,70 centavos, alta de 14,40 centavos, ou de 4,7%.

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Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Safras News

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