Apesar de comercialização arrastada, feijão permanece com fôlego positivo

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Porto Alegre, 6 de setembro de 2024 – O mercado brasileiro de feijão carioca iniciou a semana com forte movimentação por parte dos compradores, impulsionados pela necessidade de reabastecimento. Segundo o analista e consultor da Safras & Mercado, Evandro Oliveira, o grão extra de melhor qualidade, com boa cor, qualidade e umidade, alcançou R$ 305,00 por saca.

“A oferta, principalmente de Minas Gerais, Goiás, São Paulo e Paraná, sustentou essa alta, em meio à expectativa de um vazio de oferta no curto prazo, o que deve manter ou até elevar os preços nas próximas semanas”, explicou.

No decorrer da semana, conforme Oliveira, o mercado perdeu um pouco de fôlego. Embora o feijão extra ainda se destacasse, as negociações foram mais tímidas, com uma carga vendida a R$ 280,00 por saca. Novas ofertas de Minas Gerais não conseguiram superar a cautela dos compradores, que resistiram às pedidas elevadas dos produtores. As negociações praticamente pararam, com os produtores mantendo o preço em R$ 250,00 por saca e os compradores aguardando condições mais favoráveis.

Já na metade da semana, a menor oferta permitiu alguns reajustes para o feijão extra de escurecimento lento, com uma carga negociada a R$ 290,00 por saca, embora com pagamento estendido. “Mercadorias comerciais mantiveram preços estáveis, e os produtores, capitalizados, adotaram uma estratégia de liberar pequenos lotes no mercado para estabilizar ou elevar as cotações”, relatou o analista. Conforme ele, o pós-pregão de quarta e quinta-feira registrou negócios pontuais, mas as tentativas de ajuste de preços pelos corretores não tiveram sucesso, com o mercado ainda hesitante.

Feijão preto

De acordo com Oliveira, o mercado de feijão preto iniciou a semana com preços elevados para o feijão extra de melhor qualidade, que variam entre R$ 400,00 e R$ 410,00 por saca para o produto nacional. “O feijão preto argentino, por sua vez, atingiu até R$ 430,00 por saca, refletindo a valorização crescente da variedade devido à oferta limitada e à expectativa de novas colheitas apenas no início do próximo ano”, afirmou.

A demanda externa permanece robusta e a entressafra, combinada com a menor oferta do produto argentino, continua sustentando a alta dos preços. No entanto, o mercado está se aproximando do teto de R$ 420,00 por saca registrado em fevereiro, o que tem limitado a demanda pelo feijão preto em comparação ao feijão carioca.

“No meio da semana, surgiram ofertas de feijão de qualidade inferior com preços de até R$ 320,00 por saca, mas os compradores consideraram os valores altos e mostraram pouca urgência em fechar negócios”, disse o consultor.

Ainda conforme o analista, no segmento de grãos extra, as pedidas continuam em torno de R$ 410,00 por saca, com a pressão dos compradores aumentando e contrapropostas em torno de R$ 390,00 por saca. “Essa resistência do mercado reflete a baixa liquidez e negociações difíceis. No varejo, a demanda represada desde maio pode ganhar impulso a partir de outubro, potencialmente trazendo novo fôlego para as cotações à medida que o mercado busca equilibrar oferta e demanda”, completou.

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Ritiele Rodrigues (ritiele.rodrigues@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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