Ações da Europa fecham em queda em meio a alta dos Treasuries e balanços trimestrais

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São Paulo, 23 de outubro de 2024 – Os principais índices do mercado de ações europeu fecharam o pregão desta quarta-feira em queda, com investidores atentos aos relatórios corporativos e ao comportamento dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos.

O Deutsche Bank superou as expectativas ao retornar ao lucro no terceiro trimestre, mas suas ações continuaram caindo após uma decisão desfavorável de um tribunal alemão, que julgou contra o banco em uma disputa de longa data com acionistas sobre o valor pago na aquisição do Postbank.

Entre as empresas que apresentaram resultados, a Heineken registrou alta de 2,6%, enquanto o Swedbank avançou 5%. Em contraste, a Volvo Cars recuou 5,9%, a AkzoNobel caiu 3,5%, e a L’Oreal teve uma queda de 2,5% após divulgarem seus balanços.

Nos Estados Unidos, as ações da Coca-Cola recuaram cerca de 2%, mesmo após a empresa ter superado as expectativas no terceiro trimestre. Já os papéis da Tesla registraram uma queda de aproximadamente 1% antes da divulgação dos resultados financeiros, prevista para após o fechamento de Wall Street.

Enquanto isso, os rendimentos do Tesouro dos EUA têm mostrado tendência de alta, ultrapassando brevemente os 4,2% na terça-feira, o que mantém as ações sob pressão. Os mercados acionários em Wall Street também registraram queda nesta quarta-feira, com os investidores monitorando de perto os movimentos dos rendimentos dos títulos.

“Para mim, tudo se resume ao impacto das taxas mais altas. O mercado está reprecificando a probabilidade de que o Fed possa cortar agressivamente as taxas de juros”, diz Brent Schutte, diretor de investimentos da Northwestern Mutual Wealth Management. “Existem partes da economia que ainda não sentiram o impacto do aumento das taxas de juros, mas quanto mais tempo as taxas permanecerem elevadas, mais partes diferentes da economia terão que se ajustar a essa realidade… a economia está fora de equilíbrio”, completa.

O presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, afirmou ontem que a trajetória de longo prazo das taxas pode ser mais elevada do que no passado. A presidente do Fed de Dallas, Lorie Logan, reforçou a necessidade de uma abordagem paciente para a redução das taxas, enquanto o presidente do Fed de Kansas City, Jeff Schmid, considerou apropriada uma postura “cautelosa e deliberada” após o corte de meio ponto percentual em setembro.

Já na Europa, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou nesta quarta-feira que há um “notável” progresso na inflação rumo à meta de 2% ao ano. No entanto, ela alertou que as preocupações com a inflação persistem, e o BCE mantém uma postura cautelosa em relação à flexibilização monetária.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices europeus no fechamento:

FTSE-100 (Londres): -0,58%, 8.258,64 pontos

DAX-30 (Frankfurt): -0,27%, 19.383,15 pontos

CAC-40 (Paris): -0,50%, 7.497,48 pontos

FTSE MIB (Milão): -0,10%; 34.697,2 pontos

IBEX-35 (Madri): +0,27%, 11.865,20 pontos

SMI-20 (Zurique): -0,13%, 12.147,10 pontos

PSI-20 (Lisboa): -0,52%, 6.520,58 pontos

Larissa Bernardes / Safras News

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