Porto Alegre, 11 de julho de 2024 – A NetZero, green tech francesa pioneira na valorização de resíduos agrícolas em biochar, e a Cooperativa dos Cafeicultores da Região de Lajinha (Coocafé) firmaram uma parceria com a trading japonesa Marubeni para exportar o café sustentável produzido com biochar na região de Lajinha (MG).
A parceria se concretiza com o envio, em setembro, dos dois primeiros contêineres contendo 880 sacos de café ao Japão, equivalente a 52,8 toneladas. O grão é considerado altamente sustentável, já que os produtores associados à Coocafé, cooperativa parceira da NetZero, utilizaram o biochar na sua produção. O biochar é um insumo agrícola que melhora de forma significativa e duradoura o rendimento das colheitas e reduz o uso de fertilizantes tradicionais, além de ajudar no sequestro de carbono atmosférico no solo.
Visando incentivar e reconhecer esta produção de café sustentável com biochar no Brasil, a Marubeni pagou um preço diferenciado, beneficiando os produtores. “A NetZero caracteriza-se pelo trabalho em parceria com companhias que levam a sério a sustentabilidade, e a Marubeni se torna uma importante aliada nossa na produção de café sustentável. Estamos muito entusiasmados com esta parceria”, afirma Pedro de Figueiredo, cofundador da NetZero e CEO da empresa no Brasil.
Em Lajinha, onde fica uma das fábricas de biochar da NetZero no Brasil, há uma parceria com a Coocafé, cooperativa que reúne mais de 10 mil cafeicultores. Eles fornecem milhares de toneladas de resíduos não utilizados provenientes do processo de envelhecimento do café, e a NetZero transforma-os em biochar. Estes mesmos agricultores utilizam o biochar nos seus campos para melhorar a produtividade das culturas e reduzir a utilização de fertilizantes, ao mesmo tempo que ajudam na remoção do carbono.
De acordo com Fernando Cerqueira, diretor presidente da Coocafé, a parceria com a Marubeni, que é inédita e beneficiará 40 produtores da região, representa uma importante conquista para a região: “Todo mundo ganha. Vamos embarcar um produto de qualidade, sustentável, para uma companhia idônea, grande, reconhecida por sua importância em um mercado tão exigente. É também uma nova porta de entrada para a Coocafé, o que reforça nossa posição de defender os interesses dos cooperados, inclusive de sempre buscar novos mercados. Tenho certeza de que este é apenas o começo de muitas outras oportunidades que podemos ter com café produzido com biochar”.
“Estamos engajados no negócio de café há muitos anos. Nos últimos anos, tornamo-nos extremamente conscientes dos riscos que as mudanças climáticas representam para a produção de café. Essa consciência reforçou o compromisso da empresa em desempenhar um papel crucial para garantir a estabilidade e a sustentabilidade do setor cafeeiro. Embora as práticas sustentáveis sejam geralmente reconhecidas como benéficas para o meio ambiente, muitas vezes elas têm custos elevados ou podem afetar negativamente a produtividade. Isso representa um desafio para equilibrar as preocupações ambientais com a necessidade de um setor cafeeiro estável e produtivo. No entanto, identificamos o biochar como uma tecnologia potencialmente revolucionária, capaz de lidar com as preocupações ambientais e de produtividade. Para apoiar e promover essa abordagem inovadora, a Marubeni começou a comprar café de fazendas que usam biochar em suas práticas de cultivo. Essa iniciativa tem como objetivo fornecer apoio tangível aos agricultores que adotam essa tecnologia e incentivar a implementação mais ampla do uso de biochar na produção de café. Embora a empresa reconheça que são necessárias mais pesquisas e verificações dos efeitos do biochar, os resultados iniciais têm sido muito promissores. A Marubeni está monitorando de perto esses resultados e tem o compromisso de continuar apoiando a pesquisa e a aplicação do biochar na cafeicultura”, pontua Fukui Yoshinori, representante da empresa japonesa no Brasil.
Condicionador de solo produzido a partir do carbono contido nos resíduos agrícolas, o biochar atua como uma “esponja” que retém água e nutrientes de forma duradoura no nível da raiz da planta. Isso permite, com uma única aplicação, aumentar a produtividade das culturas e, ao mesmo tempo, reduzir significativamente o uso de fertilizantes, que atualmente contribuem para uma parcela significativa da pegada de carbono do café. Além de reduzir as emissões, o biochar é uma tecnologia de remoção de carbono reconhecida pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), fixando o carbono atmosférico nos solos por milênios. O biochar também desempenha um papel importante no aumento da resistência das plantas durante as secas e outros eventos climáticos extremos.
As informações partem de assessoria de imprensa.
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Revisão: Sara Lane (sara.silva@safras.com.br) / Safras News
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